terça-feira, 11 de abril de 2017

Onde se escreve o Sol

Que me sejas sempre um princípio, sem haver lugar a palavras inscritas num círculo fechado do tempo. 
Que sempre me esperes no espaço, onde ainda se lêem as inscrições no templo onde sempre se escreve o sol.
Que todos os astros sugiram à esfera armilar, a continuidade de um olhar nosso no espaço infinito do nosso tempo. 
Que se propaguem os fogos estrelares, como desejos num espaço similar, ao tempo de um amor espiritual, sem as sombras do amanhã.
Que não se demorem as águas, sequer os ventos, nas pegadas dos nossos passos.
Que se acomodem todos os corpos, no absinto que enche a taça dos primórdios do tempo
Que se unam todas as vozes à perpétua invocação, num poema considerado o corpo, onde se semeiam todos os ventos que trazem a última sagração, a derradeira história que ficará para sempre, sendo como o ventre onde nascem os sentimentos.
Que se desfaçam todas as encruzilhadas, onde ninguém se toca, onde ninguém se conhece, onde ninguém é alguém a cruzar caminhos.

E a maior varanda já vista, irada, desagregada e sem volta, do mundo fictício, onde os olhos assumem um longo alcance sem fronteiras, dotados de um poder descomunal.
E, os enganos, tais encruzilhadas onde se materializam os sonhos, num cenário de terra batida, num epistolado fora de tempo, que nem o vento os arrasta para lugar seguro.

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ONIX

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