Como se os seus olhos me trouxessem uma nova morada, sendo o sonho ali residente, somente o desabrochar do tempo que nunca me recebe, antes me persegue.
Jamais me julgue esse tempo fora do círculo. Que nunca se rompam os pontos que unem a poesia a um bom Poema. Como sempre, a união perfeita para orgasmos poéticos diferenciados, tendo como ponto de referência, um corpo poético em perfeita combustão, assimilando a originalidade num dialeto de ambos os lados, cuja distância não é permitida, tão pouco, consentido nesse agrupamento, as normas, onde terá sido escrito o seu ponto final.
Jamais me sinta esse tempo no interior de uma cúpula, como se eu fosse um ponto de ligação intransitável, de dentro para fora, ou de fora para dentro. Que me reconheça um desejo assimilado pela virgindade ao centro de um corpo poético, onde o Poema não se oprime e se propaga com todo o fogo por mim abaixo…porque,
descreve-me num só verso, um vento solto no meu cabelo;
sonha-me, sem me saber em qualquer lugar do círculo. Fá-lo como se fosse a loucura desenfreada de um fio desse tempo, debruçado na minha janela;
derrama-se em poesia nos meus olhos, tais labaredas a bailar, ante o alvoroço das sombras mirradas nas paredes;
enfrenta os medos num esvair másculo e inacabado, como se fosse a lua a desflorar um espelho d’água no espaço etéreo.
arrebata-se em puro lirismo, quando assumido, nascente afrodisíaca no meu rio;
vem como um sol aromatizado das pétalas brancas de um jasmim;
incendeia-se nos poros todos do meu corpo, ainda em espera do adocicado mel dos seus olhos;
permite-se sémen colhido no tempo dos dourados versos, a percorrerem-lhe as veias, cujas sementes promovem sempre um novo espaço no tempo da Primavera, porque,
a liberdade somos nós, sob a forma de desejos ainda pendentes, irrigando a terra seca.
ÔNIX
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