sábado, 31 de janeiro de 2009

Desprendimento

(Tarot de Transformação do Osho)

Continue a sentir alguma coisa em si que seja o mesmo apesar do que acontece à sua volta.
Quando alguém o estiver a insultar, concentre-se no ponto em que apenas o está a ouvir - não a fazer qualquer coisa, não a regair, apenas a ouvir. Ele está a insultá-lo, mas alguém o está a louvar - limite-se a ouvir.
Insulto - louvor, honra-desonra, limite-se a ouvir.
À sua volta todos se sentirão perturbados. Observe também isso, não tente mudá-lo. Observe; permaneça profundamente centrado, observando a partir daí. Sentirá um desprendimento que não é forçado, que é expontâneo, que é natural. E assim que tiver a sensação de desprendimento natural, nada o poderá perturbar.
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(Ainda sobre o desprendimento, uma história "Hakuin e o Filho Bébé)

Numa aldeia onde o grande mestre zen Hakuin vivia, uma rapariga ficou grávida. O seu pai atormentou-a para saber o nome do seu amante e, finalmente, para escapar ao castigo, ela disse-lhe que era Hakuin.
O pai nada mais disse, mas quando a criança nasceu, levou imediatamente o bébé a Hakuin e atirou-o ao chão.
- Parece que este bébé é teu filho, disse ele, insultando-o e desprezando-o por toda aquela situação miserável.
Hakuin disse apenas:
- Oh, ai é?
E pegou no bébé. Para onde quer que fosse, levava o bébé embrulhado na manga da sua capa em farrapos. Durante os dias chuvosos e noites de tempestade, saía de casa para pedir leite nas casas vizinhas. Muitos dos seus discípulos considerando-o arruinado, viraram-se contra ele e partiram. E Hakuin não disse uma única palavra.
Entretanto a mãe achou que que não conseguia suportar a agonia da separação do seu filho. Confessou o nome do pai verdadeiro e o seu próprio pai correu até Hakuin e prostou-se implorando perdão.
Hakuin disse apenas:
- OH, ai é?
E devolveu-lhe a criança

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Para o homem comum, o que os outros dizem significa muito, porque ele nada tem de seu. Tudo o que ele pensa que é, não passa de uma colecção de opiniões de outras pessoas. Alguém disse "Tu és bonito", alguém disse "Tu és inteligente" e ele tem coleccionado tudo isso. Daí estar sempre com medo: não se deve comportar deste modo pois perderia a sua reputação, a respeitabilidade. Está sempre com medo da opinião pública, do que as pessoas dirão, porque tudo o que ele sabe sobre si próprio, é o que as pessoas disseram dele. Se elas retirassem o que disseram, deixá-lo-iam NU. Assim, ele não sabe o que é, se é feio, bonito, inteligente, ignorante. Não tem qualquer ideia, mesmo que vaga do seu ser interior; ele depende dos outros.
Mas o homem que medita não precisa das opiniões dos outros. Ele conhece-se a si próprio, portanto o que os outros dizem não tem importância. Mesmo que o mundo inteiro diga algo que vá contra a sua própria experiência, ele rir-se-á simplesmente. No máximo, essa poderá ser a única resposta. Porém, não irá tomar qualquer medida para alterar a opinião das pessoas. Quem são elas? Não se conhecem a si próprias e estão a tentar rotula-lo. Ele irá rejeitar os rótulos. Ele dirá simplesmente:
- O que quer que eu seja, sou-o e esta é a maneira como serei.

(OSHO)

Eu e o Taichi / ChiKung


Fundamenta-se sobre os princípios da Medicina Tradicional Chinesa. A origem do Chi Kung é datada de mais de 4.500 anos.

Desempenha um papel activo na prevenção e tratamento das doenças protegendo e fortalecendo o estado de saúde resistindo às intempéries, que nos abalroam o corpo e nos aprisiona a mente e o espírito, prolongando a vida.

Através da prática do chikung, sente-se uma maior flexibilidade dos movimentos e a sensibilidade é mais apurada face ao mundo e ao que nos rodeia. Costumo dizer que é uma meditação em movimento: sou eu, a terra e o céu, e aí tudo é, onde se perde a noção do tempo e do espaço. Os movimentos são lentos, relaxantes coordenados com a inspiração e a expiração, e a energia sente-se em cada movimento como se fossemos um corpo fora do corpo.

Um conjunto de exercícios físicos que ajudam equilibrar as energias yin e yang, e previnem naturalmente contra a doença. É uma circulação harmoniosa do Qi (energia). A sua prática consiste em estabelecer o equilíbrio do corpo através de concentração e respiração.

O Chikung tem sido uma forma de me manter em equilíbrio: físico, mental, emocional e espiritual. Trabalhar as energias através de exercícios lentos que me facultam uma mobilidade diferente, sem esforço e sem a dureza dos exercícios de ginásio, que trabalham o corpo. Mas muito mais importante que trabalhar o corpo é trabalhar o nosso estado emocional, por isso digo que é uma terapia para tudo. No meu caso, e para surpresa minha, ao fim de alguns meses emagreci. Vi casos de pessoas com problemas de saúde; coluna, artrites, tendinites e outros, e que ao fim de algum tempo foram adquirindo alguma mobilidade que lhes facultou também liberdade de movimentos e os medicamentos deixaram de ser necessários.


“As pessoas nascem doces e frágeis.
Quando morrem estão insensíveis e duras.
As plantas verdes são tenras e fartas de seiva, quando morrem estão murchas e secas.
Portanto, os duros e intransigentes são os discípulos da morte, os dóceis e condescendentes, são os discípulos da vida”
(Lao-Tsé)
****Imagem Google)*****

domingo, 25 de janeiro de 2009

Nova Brisa




Nova Brisa... Miminho especial concebido, com o intuito de premiar a originalidade, ousadia e diferença...

Foi-me oferecido por:
http://suspirosentrecorpos.blogspot.com/
Entreguem esta brisa com este doce veneno a todos os que no vosso entender fazem a diferença...
Eu passei:
Saboreiem o aroma desta Nova Brisa...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Bebo da Fonte de Água de Pétalas de Cristais

Poderia ficar neste estado de melancolia e deitar-me num tabuleiro gasto onde o jogo se encaixa na angústia dos dias que parece não querer parar, mas os momentos em que permaneço em consonância com o meu silêncio neste estado de enamoramento, encontram-me encostada às lembranças onde pinto as cores da paz. Estendo até ao infinito, uma vida de sonhos que ficaram perdidos num tempo.
Hoje o dia acordou chuvoso e as nuvens quase roçam as velhas chaminés das casas, deixam nas paredes forradas a tijolo um tom baço, vão deslizando suavemente sobre o rio, deixando um cenário deslumbrante quando o sol espreita e se aconchega naquele que é, o seu leito de pétalas de algodão. Um afago logo pela manhã em que me disponho a viver um dia em plena harmonia, tentando afastar-me de alguns momentos pobres que se vestem da cor da noite. Ofereço-me em algumas fantasias; tiro a roupa, desvio os véus que me cobrem a face e abraço o ar perfumado que povoa as águas adormecidas até à chegada da primavera. É sempre assim, quando penso num amor com cheiro a rosas, que povoa os jardins de um mundo que já não fabrica o pão como quando em criança eu brincava, enrolava e fazia bolas com a massa que saía das mãos rugosas, de quem tem já, o mundo colado numa só mão. Pele macia, corpo farto, e fios de cabelos brancos a descoberto por baixo do lenço negro atado atrás, amassava-o em tabuleiro de madeira numa cozinha antiga, onde ainda hoje me parece ouvir as histórias que passaram mas que estão bem vincadas, neste que é, um recanto com aromas adocicados, do alecrim do monte e que ainda permanece nas encostas. Na aragem da serra, encontra-se uma paz vigente, um reino abastado de sonhos, atingindo os centros espirituais da antiguidade, navegam por mares desconhecidos, onde se encontra a barca que nos levará através do silêncio das madrugadas, até ao jardim da eternidade.

É nesta viagem no tempo que te encontro, me entrego em doces melodias num cantar de amigo, em musicas celestiais bailo, no afago do teu calor me dispo de mim para te seguir por caminhos onde a paz reine num colorido disposto no chão que piso. Esta terra firme, deixa a descoberto as rugosas pedras graníticas da serra, tem reflexos mistos logo pela manhã, mas na cidade, encontro-os sempre no início da aurora. Este é um só nome que se afunda no ruído de fundo de uma cidade fantasmagórica. Traz a lume a angústia das madrugadas, silencia o mundo através de uma escala musical onde se ouvem acordes de paz, focando-se num ponto de viragem para o centro onde o amor se toca e encaminha-se para a fonte que jorra no cume da serra águas em forma de pétalas de cristais.

Mª Dolores Marques

Imagem de Bruno Silva in www.Olhares.com


"Para conseguirmos instalar a paz em nós, devemos estabelecer todos os dias, a ligação entre a nossa consciência e os centros espirituais que existem no nosso cérebro e no plexo solar. Quando o conseguimos, nem os tormentos, nem as angústias tomam verdadeiramente posse de nós. Mas devemos agarrar-nos solidamente a um ponto fixo em nós, senão nada nem ninguém, pode do exterior, trazer-nos a PAZ" (Omraam Michael Aivanhov)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Onde Tudo É

O sol enche-me os poros da pele ainda húmida, estendo os braços num abraço à praia em jeito de arrastar todos os grãos finos de areia, colocá-los sob o meu corpo ampliando-o num gesto pleno de comunhão. Se o mundo fosse uma praia deserta, eu deitava-me nele e povoava-me com os sonhos idílicos de verão. Um clima ameno, aconchegante, mãos suaves e delicadas a afagar-me o rosto, a sugar-me o gotejar tépido do meu corpo ainda com sabor a mar. A liberdade de movimentos espraiada neste contínuo areal abocanhada pelo sol quente que me inunda o corpo, está num momento de rendição que se veste da cor do desejo, e é colocada na minhas mãos.

Curvo-me perante ti, olhas-me como quem quer penetrar os sonhos do mundo sem saber como pegar-lhe, baixo-me e estendo-me na areia, corpo livre, peitos ao relento, parte do biquini já está estendido ao sol a secar dos múltiplos banhos do mar, que nos oferece agora uma sinfonia calma. A espuma que vem mergulhar na areia fina, toca-nos ao de leve as pontas dos dedos dos pés, desliza sobre as pernas, massajando-nos a pele num só gesto. O mar atraiçoa-se neste vai-e-vem constante que chora baixinho neste fim de tarde, as tuas mãos percorrem-me o corpo quente e o sol acena-nos ao longe, lembrando que está na hora de bater em retirada. Sinto na baixo ventre a humidade que se solta da profundidade da areia, volto-me de face para o sol para que se entranhe no meu corpo, até ao ponto onde tudo é, as tuas mãos avançam procurando a nudez plena, quente e inquietante, numa viagem onde tudo acontece.

O prazer de ter ali só para mim condensa-se num odor forte que desconheço, olho a ondulação forte para sentir através dela a sensação de um olhar penetrante que me incendeie os sentidos e me encha nos momentos abrasivos de uma humidade que me escorra pelo corpo, e me faça transbordar as margens secas, onde a corrente se abasteça e culmine num sopro quente do desejo. Os teus olhos viajam além de nós e fecham-se devagar, só o prazer dos corpos se identifica com o calor que nos afaga a alma, bailamos ao som da música que nos traz o vento e em comunhão com a crista da liberdade, somos as vozes criadas num momento de eternidade.

Ouço-te nos murmúrios do tempo, e as estrelas que se perdem num céu sem nuvens, caem na desgraça e adormecem nos jardins imaculados do templo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Um Curso em Milagres

Lição 1
“Nada do eu que eu vejo nessa sala [nesta rua, desta janela, neste lugar] significa algo”

Esta é a primeira aula das lições Um Curso em Milagres. Num primeiro momento, esta lição parece muito estranha e completamente imprecisa. Deve-se entender que as lições de Um Curso em Milagres foram previstas para serem feitas ao longo de um ano, uma por dia, durante o ano todo. A lição nº 1 está prevista para cortar o sistema antigo de ego negativo.As demais lições foram previstas para o sistema de Consciência de Cristo. Quero com isso dizer que nenhuma lição em sua inteira vida espiritual seja mais importante que aprender tudo sobre o sistema de pensamento de ego negativo e substituí-lo pelo sistema de Consciência Crística. Isso se deve ao fato de nossos pensamentos criarem a nossa realidade, sentimentos, emoções e comportamentos. Se nós não aprendermos a sermos corretos conosco mesmos, qualquer relacionamento em nossa vida, incluindo o relacionamento com DEUS e os Mestres ficará manchado e contaminado pelo ego negativo. Quero dizer aqui no início, de modo que não haja confusão com relação à semântica, que o que chamo de ego no Curso em Milagres significa ego negativo. Isso se deve ao fato de que a palavra ego é utilizada de diferentes formas pela sociedade e em diferentes grupos espirituais. Para que se evite confusão e que um número maior de leitores possa falar sobre o que estou relatando e não cair na armadilha da semântica, eu fui conduzido pelo Espírito, para utilizar este termo um pouco melhor definido pelas razões já mencionadas. Em Um curso em Milagres o ego negativo é chamado de ego. Ambos o termos significam exatamente a mesma coisa e um termo não é melhor que o outro. Devido ao meu treinamento como psicólogo e às confusões que percebi entre as pessoas neste assunto, fui guiado para clarear este termo.
Sendo assim, essa lição inicial é ensinar um profundo ensinamento. Ensinar quer dizer que nada que alguém veja significa algo. Essa lição nos ensina que o mundo é neutro e o significado que ele tem para nós deriva dos pensamentos que prolongamos ou projetamos nele. Nós não vemos simplesmente com os nossos olhos físicos; na realidade, nós vemos com a nossa mente. A maioria das pessoas pensa que coisas externas, pessoas ou acontecimentos levam-nas a pensar ou sentir o que devem fazer. Essa é a ilusão que o curso nos ensina. Essa lição inicial tem o objetivo de nos ajudar a quebrar o antigo sistema de “consciência de vítima” do ego negativo e nos mostrar que vida não é nada mais que estender e projetar nossos pensamentos para o mundo e tudo o que vemos são nossos próprios filmes."

http://www.netfenix.com.br/adonai/pagina.asp?p=45&i=0