Poderia ficar neste estado de melancolia e deitar-me num tabuleiro gasto onde o jogo se encaixa na angústia dos dias que parece não querer parar, mas os momentos em que permaneço em consonância com o meu silêncio neste estado de enamoramento, encontram-me encostada às lembranças onde pinto as cores da paz. Estendo até ao infinito, uma vida de sonhos que ficaram perdidos num tempo.
Hoje o dia acordou chuvoso e as nuvens quase roçam as velhas chaminés das casas, deixam nas paredes forradas a tijolo um tom baço, vão deslizando suavemente sobre o rio, deixando um cenário deslumbrante quando o sol espreita e se aconchega naquele que é, o seu leito de pétalas de algodão. Um afago logo pela manhã em que me disponho a viver um dia em plena harmonia, tentando afastar-me de alguns momentos pobres que se vestem da cor da noite. Ofereço-me em algumas fantasias; tiro a roupa, desvio os véus que me cobrem a face e abraço o ar perfumado que povoa as águas adormecidas até à chegada da primavera. É sempre assim, quando penso num amor com cheiro a rosas, que povoa os jardins de um mundo que já não fabrica o pão como quando em criança eu brincava, enrolava e fazia bolas com a massa que saía das mãos rugosas, de quem tem já, o mundo colado numa só mão. Pele macia, corpo farto, e fios de cabelos brancos a descoberto por baixo do lenço negro atado atrás, amassava-o em tabuleiro de madeira numa cozinha antiga, onde ainda hoje me parece ouvir as histórias que passaram mas que estão bem vincadas, neste que é, um recanto com aromas adocicados, do alecrim do monte e que ainda permanece nas encostas. Na aragem da serra, encontra-se uma paz vigente, um reino abastado de sonhos, atingindo os centros espirituais da antiguidade, navegam por mares desconhecidos, onde se encontra a barca que nos levará através do silêncio das madrugadas, até ao jardim da eternidade.
É nesta viagem no tempo que te encontro, me entrego em doces melodias num cantar de amigo, em musicas celestiais bailo, no afago do teu calor me dispo de mim para te seguir por caminhos onde a paz reine num colorido disposto no chão que piso. Esta terra firme, deixa a descoberto as rugosas pedras graníticas da serra, tem reflexos mistos logo pela manhã, mas na cidade, encontro-os sempre no início da aurora. Este é um só nome que se afunda no ruído de fundo de uma cidade fantasmagórica. Traz a lume a angústia das madrugadas, silencia o mundo através de uma escala musical onde se ouvem acordes de paz, focando-se num ponto de viragem para o centro onde o amor se toca e encaminha-se para a fonte que jorra no cume da serra águas em forma de pétalas de cristais.
Mª Dolores Marques
Hoje o dia acordou chuvoso e as nuvens quase roçam as velhas chaminés das casas, deixam nas paredes forradas a tijolo um tom baço, vão deslizando suavemente sobre o rio, deixando um cenário deslumbrante quando o sol espreita e se aconchega naquele que é, o seu leito de pétalas de algodão. Um afago logo pela manhã em que me disponho a viver um dia em plena harmonia, tentando afastar-me de alguns momentos pobres que se vestem da cor da noite. Ofereço-me em algumas fantasias; tiro a roupa, desvio os véus que me cobrem a face e abraço o ar perfumado que povoa as águas adormecidas até à chegada da primavera. É sempre assim, quando penso num amor com cheiro a rosas, que povoa os jardins de um mundo que já não fabrica o pão como quando em criança eu brincava, enrolava e fazia bolas com a massa que saía das mãos rugosas, de quem tem já, o mundo colado numa só mão. Pele macia, corpo farto, e fios de cabelos brancos a descoberto por baixo do lenço negro atado atrás, amassava-o em tabuleiro de madeira numa cozinha antiga, onde ainda hoje me parece ouvir as histórias que passaram mas que estão bem vincadas, neste que é, um recanto com aromas adocicados, do alecrim do monte e que ainda permanece nas encostas. Na aragem da serra, encontra-se uma paz vigente, um reino abastado de sonhos, atingindo os centros espirituais da antiguidade, navegam por mares desconhecidos, onde se encontra a barca que nos levará através do silêncio das madrugadas, até ao jardim da eternidade.
É nesta viagem no tempo que te encontro, me entrego em doces melodias num cantar de amigo, em musicas celestiais bailo, no afago do teu calor me dispo de mim para te seguir por caminhos onde a paz reine num colorido disposto no chão que piso. Esta terra firme, deixa a descoberto as rugosas pedras graníticas da serra, tem reflexos mistos logo pela manhã, mas na cidade, encontro-os sempre no início da aurora. Este é um só nome que se afunda no ruído de fundo de uma cidade fantasmagórica. Traz a lume a angústia das madrugadas, silencia o mundo através de uma escala musical onde se ouvem acordes de paz, focando-se num ponto de viragem para o centro onde o amor se toca e encaminha-se para a fonte que jorra no cume da serra águas em forma de pétalas de cristais.
Mª Dolores Marques
Imagem de Bruno Silva in www.Olhares.com
"Para conseguirmos instalar a paz em nós, devemos estabelecer todos os dias, a ligação entre a nossa consciência e os centros espirituais que existem no nosso cérebro e no plexo solar. Quando o conseguimos, nem os tormentos, nem as angústias tomam verdadeiramente posse de nós. Mas devemos agarrar-nos solidamente a um ponto fixo em nós, senão nada nem ninguém, pode do exterior, trazer-nos a PAZ" (Omraam Michael Aivanhov)
11 comentários:
Concordo em absoluto... esó com Paz conseguimos Er...
jnhs
* Ser
Olá Dolores minha amiga! Venho informar-te que te atribui o Prémio Beautiful Blogger.
Por favor, passa no meu espaço.
Beijo azul...Sempre!
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...doces devaneios!
Gostei muito do seu texto...
Beijos de luz e o meu carinho!!!
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Ui linda, porque adoro o que escreves, textos de boa literatura, atribuio-te o PRÈMIO DARDOS, vi que já te atribuiram, mas não importa é o que eu penso...bem o mereces.
Beijinhos
Tudo de bom para ti amiga sempre
Como gostava de escrever assim...Dolores: A Luisa é amiga minha. Há mais de 20 anos! É uma fotografa de muita qualidade. Está em fotogenicos.net. Tem lindas fotos.
Dolores, de mulher para mulher, de amiga para amiga, ofereço-te o prémio Globo de Ouro.
Beijo de luz
Isa
Ai Dolores não é globo de ouro, isso é na TV, ando a ver mtos filmes. É Blog de Ouro. mas não faz mal o que interessa é que é dado com carinho
Bjs
Tenho dois premios para ti amiga!
O premio Sobrevivente do Romantismo
No Beijo azul, e o Blog de Ouro no blue violin
Beijinhos azuis
Nova Brisa... Miminho especial concebido por Nós, com o intuito de premiar a originalidade, ousadia e diferença...
http://suspirosentrecorpos.blogspot.com/2009/01/mimo-nova-brisa.html
beijo
Um texto nmuito bonito, bem
conseguido, como bem escrito.
Como é bom nos momentos de melancolia podermos pintar as cores da paz e podermos estender ao infinito uma vida de sonhos
perdidos no tempo, como tantas vezes me acontece.
Parabéns por tudo quanto me foi dado conhecer de si através do seu blog.
Através do meublog
"alvarooliveira-poesia.blogspot.com", tive o privilégio de chegar aom seu sítio
e deixo-lhe o convite para uma
visita ao meu blog.
Cumprimentos.
Álvaro Oliveira
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