segunda-feira, 10 de abril de 2017

Amanhecemos



Perto do ponto mais alto
onde só o vento conhece 
a solidez do tempo….
que enche os espaços fechados

Ali no centro do poema
que se agita acima das águas
quando por força de um elemento
a terra lhe treme debaixo dos pés

Não sei até que ponto 
as asas batem livremente
pois se todo o arvoredo 
se despiu do verde da folhagem 

Não sei das rimas cruzadas
nos muros xistosos
não vejo os musgos nas eras 
do tempo verde-água 

As mãos oprimidas  
por cima dos olhos
buscam novos versos
nas sombras

Porque a noite quase sempre
nos devolve 
os sons das vozes caladas 
dentro de nós...

Amanhecemos ! 


ONIX

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