quinta-feira, 27 de abril de 2017

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Luz


Escolhe um corpo onde te escreveres. Escolhe-o como se fosse um caminho. Um dos caminhos já percorridos, mas não sentidos pela alma que busca em ti um voo assertivo em direcção à origem.

Escolhe esse caminho como sendo um trajecto já traçado mas ainda não alcançado, pela luz que tu és.
A luz que sendo a tua estrela guia te segue em silêncio.
A luz que sendo o teu sentido, te aconselha que sintas todas as coisas.
A luz, cujo amor a todas as coisas te faz resplandecer em alegria.
A luz que sendo um princípio, e que quase parece materializar-se num espaço vazio, te enche de partículas coloridas.
A luz cujo nome, deixou rastos pelos caminhos, assumindo todas as formas, como sendo a forma de Deus.
A luz que te entra pela porta enquanto dormes
A luz que te entra pela janela enquanto sonhas
A luz que semeia vontades novas no teu corpo ainda adormecido
A luz que vence adversidades de tudo o que é presença indesejada no teu corpo
A luz cujo nome escreveu no corpo e nunca deixou de ser luz
A luz que incorpora no tempo, e  que nunca se escreve em tempo algum
A luz que é sangue e água, sem nunca deixar de se revelar a tua cruz
A luz que te ilumina, enquanto és sombra pelos caminhos
A luz que se desenha no teu corpo, como se fosses a sombra de Deus
A luz que te deseja, enquanto te sentes dissolvente
 A luz sempre foi a luz, e tu sempre foste tu, tal como um reflexo dessa mesma luz

Escreve-te agora no teu próprio corpo.
Esquece o passado, onde nunca te encontraste.
Esquece o futuro, cuja visão ainda se apresenta como um livro fechado
Sê tu próprio, sentindo dentro de ti todas as mensagens que se querem escrever na tua pele.
Agora tudo é um tempo cujo princípio  é um caminho aberto
O tempo do novo
O tempo de seres tu próprio um livro escancarado
O tempo da união de todos os sentidos escritos em outros tempos

O tempo da espera terminou
Começa agora, e que não sintas sequer onde te demoras no tempo

Sê fiel a ti próprio e no que acreditas, ser um princípio, nunca um fim
Sê na dúvida, mas não sejas dúvidas nas palavras que os teus sentidos de ditam
Não esqueças de começar a partir de um zero, como se fosse um vazio, cheio de sentidos novos.

É urgente a viagem
É urgente a capacidade de te deslocares, ao fundo de ti mesmo
É urgente que saibas que cada ser é uno no seu universo por vezes fragmentado
É urgente conhecer a humildade que se lê em cada palavra não escrita, mas sentida em cada olhar que te procura
É urgente saber que o Amor nos toca como se tivéssemos acabado de nascer.

Porque é urgente a mudança quando te sentires verdadeiramente Tu.

ÔIX

Ainda que...


Ainda que não me vejas
Ainda que doridos os olhos
Ainda que a cegueira te pareça só um episódio da vida real
Ainda que sofrido o corpo
Ainda que disfuncionais os sentidos
Ainda que acorrentados os braços

Tudo retornará ao tempo do mar fundo
Tudo se moverá tal como um rio
Tudo se entregará à morada do corpo
Tudo se eternizará como brisa matutina por dentro dos olhos
Tudo se consumirá por dentro de um fogo, que não arde, antes te purifica.
Tudo se concluirá nas palmas das mãos
Tudo se parecerá com o futuro ainda escrito num vento que não é o vento, antes um espírito liberto.

Ainda que tudo pareça ilusão
Ainda que tudo seja como a lua a nascer na escuridão
Ainda que tudo seja irrequieto no teu corpo
Ainda que a fome te seja à boca
Ainda que a sede te seja ao corpo
Ainda que nostálgicos os pensamentos
Ainda que por breves momentos te sintas a cair no vazio
Ainda que por um passado te sintas traído
Ainda que te saibas a caminhar no deserto
Ainda que enterrada seja ali a tua voz
Ainda que te sintas água em vez de fogo
Ainda que te sintas terra em vez de ar
Ainda que não te saibas enchente na volta das marés
Ainda que não te reconheças um corpo presente
Ainda que o passado seja um livro esquecido e amarelecido

Ainda que o futuro seja um cálculo errado nos nossos  dedos
Tudo voltará a ser, como se nada tivesse sido
Tudo serão como águas passadas ainda a fazer furor num livro de memórias
Tudo será na revolta da terra, como no alvoroço dos mares
Tudo deixará de ser o caos
Tudo será escrito de novo nos céus
Tudo será como sempre imaginamos, tu e eu
Tudo se afirmará no corpo da Ode escrita na luz que pereceu
quando de nós se esqueceu

Onix/dm

Ser

Quando o corpo adormece, que caminho seguirão os sentidos?
Que nunca voltem ao tempo do inacessível, o lugar onde existem medos, aflorações diversas ali acomodados.
Mas, um dia, um dia, será o certo para convivermos com a realidade de um corpo adormecido. Será também um tempo de se abrirem as cortinas férreas dos olhos.
Que nunca, jamais se fechem as portas, agora abertas.
Que se abram os caminhos novos.
Que se enfrentem os destinos.
Que se sintam verdadeiramente os corpos quanto tocados.
Que se invertam os sentidos.

Bem aventurados os que sofrem.
Bem aventurados os que sabem onde chegar.
Bem aventurados os que sonham.
Bem aventurados os mestres que nos indicam o caminho da luz.
Bem aventurados os que saem das sombras de um corpo dormente.
Bem aventurados todos aqueles, cujas lágrimas lavam as feridas abertas dos seus semelhantes.
Bem aventurados os que beijam a cruz, como sendo a remissão dos seus pecados.

Quando a semente lançada à terra, brotar, seremos raiz, caule, folha e flor.
Quando a flor der à luz, seremos simplesmente o Amor
Quando o Amor nos descobrir, seremos eternamente uma flor a desabrochar.

Os sentidos serão um caminho aberto.
A luz será o nosso derradeiro caminho até ao Portal Maior.
Aí, seremos verdadeiramente um Ser. Um Ser resplandecente de Luz.

sábado, 22 de abril de 2017

A Poesia anda por aí


Não deixar nada pendente.
Permitir abertura à noite, e dormir pouco mas bem

A poesia anda por ai, a criar um Poema à sua imagem
A Poesia anda por aí !
Mas, o poema sofre com a alma presa, por conta de umas lágrimas de cristal,
derramadas no seu corpo poético.

A poesia anda por aí, em versos soltos, a verterem-se em suavidades de organza
A Poesia encontrou-se de frente com a maternidade.
A Poesia sofre as dores do parto, fora de portas...
A Poesia pariu ali mesmo...um dois, três....quatro....talvez uns dez poemas

Não deixar nada ao acaso

Ousar ser um poema às custas das dores da poesia,
é a mais pura supremacia do Verbo fecundado no seu ventre
Mas, a noite escreve-se num sonho a nascer às portas da morte
E, a morte, nunca deixa de ser a sua melhor fantasia
Sofre com medo de a enfrentar
Essa guerreira dos mares
Essa anfitriã dos céus
Essa Deusa que sempre foi o ventre onde nasce o Poema

E eu
sem saber onde procurar-me:
A noite arrumou-me no seu útero de fêmea parideira
e o sonho a ramificar-se no dia,
ejacula sobre mim como se eu fosse a sua Estrela Guia.

E eu,
procuro um verso… um Poema
que me leve ao fundo
do seu melhor fundo

ÔNX/DM

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Fragmentos

Ser irascível, diante do horizonte sem linha que defina a geometria do espaço aberto.
Ser continuamente fora do limite imposto por uma linha sem pontas, a marcar os espaços em branco do horizonte. O branco das nuvens sustentado por um olhar assimétrico, onde se guardam alguns raios de sol, cujos tons se vinculam ao passado de um corpo adormecido.

Um céu que cai sobre as águas irrequietas de um rio que se entrega à fina corrente.
Só um simples trajecto nos passos curtos de um arrepio.
A visão de um dia que grita pela divisão das águas no deserto infindável dos caminhos.

Sofre ante a visão da disfunção do corpo a cair num vazio.
Chora pela criação de um novo tempo nesse meio tempo, onde sempre faz frio.
Desespera-se por não poder amar como se fosse um céu a entrar-lhe pela boca.
Arruma o corpo tal  como outrora, quando não se sabia, dentro de um, ou de dois.
A antiga profecia ainda não se cumpriu.
É dona de um Amor incompleto.
Completa-se em vigorosos traços dentro e fora do céu.
Dissipa-se…no espaço aberto do breu.
Materializa-se quando não se sente.
Procura-se eternamente em suaves toques na pele.

E como se fosse nada mais que um caminho ainda por palmilhar, corre em debandada por um sonho fechado.
Distribui sorrisos.
Acentua-se na volumetria do espaço vazio do corpo.
Vinga-se de todos os castigos das sombras, no corpo da lua.
Activa a fluidez dos sentidos através de um choro quente.
Enamora-se de um fogo cruzado, que se parece com tinta a escorrer-se da cor do sangue vivo nas mãos.
Filtra as palavras revoltadas no folhear violento de um livro.
Tem sangue quente num dos olhos, no outro, o degelo dos glaciares.
Assume-se indefinidamente um rio sem correntes paradas.
Determina o local exacto do culminar do fogo posto ao centro do seu verdadeiro "ser Eu".

Deixa de se saber um “Eu”.
Define-se em fragmentos dispersos, um “não Eu”.
Abandona-se…ausente da forma
Divide-se em preces antagónicas a uma paixão.

Ouve agora a Alma a gritar-lhe por dentro.
Tudo deixou em si um misto de loucura, pronta para uma viagem interminável.

ÔNIX

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Caminhos da luz

Não me incomodam as normas escondias pela fome dos corpos. Desassossegam-me os sentidos desorientados, por debaixo de um vestido de lentejoulas, ou quiçá por um nó de gravada mal dado, sujeito às mãos que o oprimem.
 Incomodam-me de certa maneira, os que se alimentam de uma paleta de cores fora de tom, nos painéis destruídos dos azulejos, onde se inscreveram um dia, todos os gestos. Ali, com as palavras de ordem de um certo constrangimento, articulado pelo rebentamento de um fogo posto, às mãos de Deus.
Sim, porque parece que tudo é um ajuntamento de grandiosos actos benevolentes que nos arrebatam com um céu pintado de uma cor esbatida, na proporção onde nunca se observa a tal equidade. Sequer existe entre as rimas cruzadas de um poema, cuja regra simples, nunca é um método consistente entre as duas razões, a existirem nesse universo de versos contrariados.

Sim, porque existe um conceito formulado entre as várias razões existentes, cujos símbolos matemáticos, se encontram muitas vezes encarcerados em movimentos fechados nos nós dos dedos.
Não me convencem os arremessos contra a parede, onde pintaram em tempos a cruz de Cristo.
Não me satisfazem os benzimentos pelos pecados, cujas memórias ainda se vestem de negro nos caminhos cruzados.

Não me sujeitam a ser menos, e, nem mais do que sou, porque sem sombras de dúvidas, eu Sou, e quanto a isso nada a fazer, porque não sou mais do que isto. Sou!
Sou por mim e não por quem me julga capaz de me curvar perante os mantos que carregam, como se fossem restos do manto que cobriu o corpo sem vida do Cristo, a ocupar já outro lugar, cuja dimensão é indubitavelmente, um caminho a percorrer pelos pecadores, nus, e em prantos. 
Não me seduzem as alianças nos dedos, quando por força de um erro de casting, se esqueceram delas na pia de água benta.
Não me incomodam as normas dos homens, mas as performances normativas dos poemas cruzados, sem a proporção certa nos caminhos de Deus, que se percorrem agora.
Um dia a menos na viagem do tempo das lágrimas. E à noite, o sino tocará a reboque, para todos os que ouvirem os sons que soam de dentro da tumba ainda aberta
O sino não cessará de badalar pelos que mastigam os dividendos de um cenário contraditório à luz, num caminho farsante de trocas à porta da Igreja, como se todo o Pão lhes enchesse a boca. Como se todo o corpo de Cristo fosse a única entrada para uma aberta no tempo que lhes resta. 
O sino cessará, quando se afirmar com o derradeiro sinal, capaz de orientar os passos de quem chega para o banquete. Este, será  o momento, que os fará saber a cor da fome e da sede de quem sempre comeu do mesmo prato, assim como bebeu da mesma taça de vinho.
 O sino continuará a sua saga, junto de todos os que sabem da força da terra, e do fogo que carregam nos braços para mais uma fornada de pão.
O sino será somente um aviso dos tempos, para quem, com passos largos se adianta ao banquete.
Porque todos os sons que batem no peito, nem sempre trazem a boa vontade de um pulsar sereno.
Porque nem todas as cruzes aceitam, o metal luminoso dos olhos.
Porque nem todas as cruzes aceitam as mãos abertas com sinais da cruz fora do lugar certo.
Porque nem todos os olhos se entregam à luz, cuja incandescência é um puro engano dos tempos que carregam.
Porque já nem o Poema se vislumbra com um Verbo cheio de nada.
Porque até o verso se encolhe com medo de um fogo posto na terra, onde ainda vislumbram sementes de outrora, para a última colheita.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Onde se escreve o Sol

Que me sejas sempre um princípio, sem haver lugar a palavras inscritas num círculo fechado do tempo. 
Que sempre me esperes no espaço, onde ainda se lêem as inscrições no templo onde sempre se escreve o sol.
Que todos os astros sugiram à esfera armilar, a continuidade de um olhar nosso no espaço infinito do nosso tempo. 
Que se propaguem os fogos estrelares, como desejos num espaço similar, ao tempo de um amor espiritual, sem as sombras do amanhã.
Que não se demorem as águas, sequer os ventos, nas pegadas dos nossos passos.
Que se acomodem todos os corpos, no absinto que enche a taça dos primórdios do tempo
Que se unam todas as vozes à perpétua invocação, num poema considerado o corpo, onde se semeiam todos os ventos que trazem a última sagração, a derradeira história que ficará para sempre, sendo como o ventre onde nascem os sentimentos.
Que se desfaçam todas as encruzilhadas, onde ninguém se toca, onde ninguém se conhece, onde ninguém é alguém a cruzar caminhos.

E a maior varanda já vista, irada, desagregada e sem volta, do mundo fictício, onde os olhos assumem um longo alcance sem fronteiras, dotados de um poder descomunal.
E, os enganos, tais encruzilhadas onde se materializam os sonhos, num cenário de terra batida, num epistolado fora de tempo, que nem o vento os arrasta para lugar seguro.

........................

ONIX

Liberdade

Como se os seus olhos me trouxessem uma nova morada, sendo o sonho ali residente, somente o desabrochar do tempo que nunca me recebe, antes me persegue.

Jamais me julgue esse tempo fora do círculo. Que nunca se rompam os pontos que unem a poesia a um bom Poema. Como sempre, a união perfeita para orgasmos poéticos diferenciados, tendo como ponto de referência, um corpo poético em perfeita combustão, assimilando a originalidade num dialeto de ambos os lados, cuja distância não é permitida, tão pouco, consentido nesse agrupamento, as normas, onde terá sido escrito o seu ponto final.

Jamais me sinta esse tempo no interior de uma cúpula, como se eu fosse um ponto de ligação intransitável, de dentro para fora, ou de fora para dentro. Que me reconheça um desejo assimilado pela virgindade ao centro de um corpo poético, onde o Poema não se oprime e se propaga com todo o fogo por mim abaixo…porque,

descreve-me num só verso, um vento solto no meu cabelo;
sonha-me, sem me saber em qualquer lugar do círculo. Fá-lo como se fosse a loucura desenfreada de um fio desse tempo, debruçado na minha janela;
derrama-se em poesia nos meus olhos, tais labaredas a bailar, ante o alvoroço das sombras mirradas nas paredes;
enfrenta os medos num esvair másculo e inacabado, como se fosse a lua a desflorar um espelho d’água no espaço etéreo. 
arrebata-se em puro lirismo, quando assumido, nascente afrodisíaca no meu rio;
vem como um sol aromatizado das pétalas brancas de um jasmim;
incendeia-se nos poros todos do meu corpo, ainda em espera do adocicado mel dos seus olhos;
permite-se sémen colhido no tempo dos dourados versos, a percorrerem-lhe as veias, cujas sementes promovem sempre um novo espaço no tempo da Primavera, porque,

a  liberdade somos nós, sob a forma de desejos ainda pendentes, irrigando a terra seca. 

ÔNIX


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Amanhecemos



Perto do ponto mais alto
onde só o vento conhece 
a solidez do tempo….
que enche os espaços fechados

Ali no centro do poema
que se agita acima das águas
quando por força de um elemento
a terra lhe treme debaixo dos pés

Não sei até que ponto 
as asas batem livremente
pois se todo o arvoredo 
se despiu do verde da folhagem 

Não sei das rimas cruzadas
nos muros xistosos
não vejo os musgos nas eras 
do tempo verde-água 

As mãos oprimidas  
por cima dos olhos
buscam novos versos
nas sombras

Porque a noite quase sempre
nos devolve 
os sons das vozes caladas 
dentro de nós...

Amanhecemos ! 


ONIX

domingo, 2 de abril de 2017

sábado, 1 de abril de 2017

Subjectividade

Estes dias de chuva e de bruma matinal
Estes dias incertos de maresia, que me lembram um certo espelho de água nos teus olhos.

Este discorrer sobre um livro fechado, abrindo-se pelas margens do meu corpo.
Este sossego da noite, que quase sempre me toca as partes mais íntimas,
como se fossem a tuas mãos abertas ao tudo que existe,
unicamente sensitivo
no afoguear de um leito vazio por fora e cheio de odores por dentro,
num momento ainda virgem de aromas só teu

ainda que efémero seja este prazer,
ainda que os sentidos sejam só um caminho deserto
ainda que os caminhos sejam percorridos por um sonho
ainda que não me toques com as pontas dos teus dedos, sinto-te  alma, porque assim a minha mo silencia

ainda que assim sejas um misto de subjectividade
ainda que este agora te seja ausente
eu estou presente, em todos os caminhos
e os sentidos são um único sentido, gozando da plenitude de um prazer orgástico num sonho.

E os sonhos são no espaço etéreo um sentido continuado.
Ainda que interrompido à chegada da aurora, ele continua na sua demanda dos sentidos num orgasmo perpétuo de movimentos num espaço.
Ainda que esse espaço seja ilusório, ainda que o seja, na nossa visão, é-o num plano invisível, mas é:

Uma noite ainda em verdes prados, nos jardins onde o céu é mais céu, enquanto não chegam as tulipas brancas.
Um dia desigual, na singularidade de um dia ímpar, quando se demora num fio de água cristalina, e se permite ser como um rio, quando o vejo a correr mar adentro.
do meu corpo
Em ânsias me recolho nesse rio que me toma de um jeito só seu
corrente contra a corrente
amante de um todo existente nos nossos corpos

Amor meu