Deixa-me pensar….não…não…chego lá.
Hoje nem um sonho veste as palavras cujos códigos de barras estão encriptados, sob as cortinas de ferro.
É o momento de proceder à abertura completa. Decifrar a silhueta colada nas vidraças.
Um momento só, e sou como um vento que se esquece de soprar à tua janela.
Parece-me seres tu, manso nas horas impróprias da manhã.
Um sonho, ainda em estado de vigília.
Levas-me metade.
Sou-te à noite, um fruto nascido agora no meu corpo.
Sou-te como se toda eu fosse a loucura nos teus olhos fechados.
És ainda um sonho idílico da minha infância.
És aquela partícula de luz, que emana…simples e singela luz que Tu és.
Ainda que me não existas, sinto-te na intimidade da linguagem do tempo
Hoje não penso, sofro. Choro por detrás da cortina fechada.
Sinto-me no vazio das horas, um ponteiro quebrado.
Quase um reflexo do tempo por ali ainda parado..
Quero pensar e contar os minutos, e as horas.
Que eu saiba quanto de tempo existe ainda em mim.
Quanto de Amor resiste ainda neste pequeno instante em que te penso.
Deixem florir os lírios roxos.
No vosso banquete, a festa da vossa boca não é festa sem os lírios roxos.
Não façam chorar os lírios roxos.
Ficar a olhar para uma porta fechada é não ver e nem ouvir o canto dos pássaros na janela.
Ainda que tudo pareça às escuras, a intensidade da luz rompe os espaços....
Depois de pisares o círculo de luz, nenhum caminho ficará para trás.
Tudo será uma diversidade de pontos luminosos, a saber-te presente, sem passado nem futuro.
Agora, sou-te Alma, essa amante de todos os corpos na floresta ainda virgem.
Ainda que me não avistes do céu, sou-te Una em todos os pontos que unem as distâncias.
Tudo será... ainda que nos pareça que é findo o tempo.
ONIX
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