quinta-feira, 4 de maio de 2017

Somos

Conscientes, mas 
verdadeiramente crentes
na dimensão, onde se apoiam 
alguns lapsos de memória

O verdadeiro emocional 
ainda por vir, é um enredo
a contracenar dentro do peito

Ainda que todos os sonhos
sejam fruto de um surto 
provocador dos sentidos

Ainda que assim o seja
sabem onde se deitarão
os corpos

A consciência…exausta
cai como os vários frutos
a nascer ainda na inocência
de uma árvore 
que não sabe se irá crescer
no pomar
ou na fertilidade do deserto

Agora que tudo é em verdade
a mentira de um esquecimento
tudo dança nos pomares vazios
do tempo dos frutos ainda verdes

Agora que nos sabemos 
a razão da única verdade
a nascer nos nossos olhos
teremos por perto a linha 
onde se escreveu em tempos 
um horizonte

Agora que não mais 
arrastaremos atrás do tempo
a iniquidade, a inverdade
e a vaidade por nos sabermos
em dimensões superiores
quando em baixo abandonamos
os jardins na claridade
das orquídeas 

O ontem foi um presságio
um adeus ao tempo que por ali passou
e porque o hoje é um novo tempo
os frutos cairão nas mãos
onde se escreveu 
no passado um tempo de Páscoa

Porque um novo evento 
sempre nasceu e nos sucedeu
no deserto infindável do tempo
conscientes e verdadeiramente 
crentes...somos!


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