terça-feira, 1 de setembro de 2009

Acordes No Tempo

(Foto de minha autoria no Parque das Nações)


Há sempre dias que surgem diferentes dos outros. São aqueles que trazem resquícios de um passado que está presente em cada esquina em cada pessoa, em cada olhar. E esta espera que me deixa em estado de quase loucura. A energia que escorre pelo meu corpo, é ansiosa, mas idêntica.... à forma abrupta, quase que, em plena comunhão com a força de um vulcão
(...)
O som do teu nome é um sinal que me deixa alerta, sabendo que és Tu. Mas continuas longe, o teu corpo não se encontra colado ao meu, as tuas mãos não se enlaçam nas minhas costas e nos meus ombros falta o calor do teu bafo quente. Esta pressão no baixo ventre acusa-me sempre que entro no silêncio que espreita em cada momento dos dias e das noites. Esta energia que vem chegando agora devagar, é como se quisesse esperar que o amor tome verdadeiramente o seu lugar. Adormeço no sofá da sala, e sem horas para voltar. Tarde, muito tarde quando me vou deitar, adormeço no calor do teu abraço, com a tua voz entranhada em mim, inspirando lenta e cautelosamente.
(...)
Absorvo-te inteiro para mim e este dia traz-me um calor diferente. Esta sensação electrizante de te ter só para mim, esta energia forte que me cansa de não te acolher por fim, de te não poder sugar os sabores dos mares e dos rios que trazem paisagens de muito longe. Estes dias parecem-me uma eternidade. Ouvir a tua voz é um bem que me traz luz, alegria, felicidade, esplendor... Quem és tu? Porque estás no meu caminho? Eu por mim, nem tinha pensado duas vezes e estava contigo em qualquer lugar do mundo. Há nas minhas palavras uma força que desconheço, quase que me conduzem para onde estás, ou te trazem a mim. Sempre que te penso, esta sensação de prazer ansiando pelo toque, pelo encontro final onde seremos um, iniciou já um caminho que nos leva ao infinito mundo onde as estrelas formam o conjunto, que se desprendeu num tempo, e que já é tempo da verdadeira face do mundo nos tocar e nos exaltar pelos acordes do tempo que hão-de restar.
(In "As Escuras Encontro-te", um livro que há-de vir)

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