Dou formas aos actos deformados do meu pensamento, sempre que me encontro neste estado de apatia. É só uma noite como todas as que guardo na memória. Tu do outro lado do rio e as águas a correrem sempre nesse sentido. Eu olho-as de longe, da minha janela aberta. As luzes reflectem-se na corrente negra, e deixam um rastro que sigo desta cidade indiferente aos cursos de água. Nas distâncias constroem-se novos rumos, e os caminhos que outrora sorveram as vozes, distanciam-se agora de um único ponto. A saudade.
Não quero que dês pela minha presença.
Quero ir rio acima, velejando, até chegar ao mar. Aí já nada me pode apaziguar, vou surfando até te encontrar, abro-te os braços e lanças-te de novo neste caminho traçado, onde já fomos um dia, na busca de algum pingo de luar.
São os gestos que traçamos em busca de um amor sem pressa, que nos fazem ir tão longe. Longe demais até! Ele sabe do que falo. De amar sem nunca ter que derramar sobre as águas os lençóis esquecidos, que fizeram de velas, quando o vento se fez ao mar. Já nada me pode trazer os anos que já foram nossos, já nada me prende aqui neste mar. Desfaço sempre as malas quando chega o fim do verão. Vislumbro um bloco de notas esquecido, que diz assim:
-Caminha pelo teu rio e faz-te à corrente. Há um barco à vela que se perdeu no mar alto e os ventos não dão tréguas. Há um céu que se alonga e um sol que se rende a este grande oceano.
Queres ver como é?
Não quero que dês pela minha presença.
Quero ir rio acima, velejando, até chegar ao mar. Aí já nada me pode apaziguar, vou surfando até te encontrar, abro-te os braços e lanças-te de novo neste caminho traçado, onde já fomos um dia, na busca de algum pingo de luar.
São os gestos que traçamos em busca de um amor sem pressa, que nos fazem ir tão longe. Longe demais até! Ele sabe do que falo. De amar sem nunca ter que derramar sobre as águas os lençóis esquecidos, que fizeram de velas, quando o vento se fez ao mar. Já nada me pode trazer os anos que já foram nossos, já nada me prende aqui neste mar. Desfaço sempre as malas quando chega o fim do verão. Vislumbro um bloco de notas esquecido, que diz assim:
-Caminha pelo teu rio e faz-te à corrente. Há um barco à vela que se perdeu no mar alto e os ventos não dão tréguas. Há um céu que se alonga e um sol que se rende a este grande oceano.
Queres ver como é?