Cruzei-me com o mar, o rio e o vento
Neste ermo e outra encruzilhada
Se me dei tanto e fui o seu alento
Na hora certa me foram só um nada
Não sei que dor é esta que sustento
Se na dor não sinto um nada sufocada
Não sei se o amor quer ser o meu alento
Ou se foi já minha alma em debandada
Sempre fui cedo e sem demora
Dizer-me em todas as muralhas
Mas tarde sou somente agora
Mulher em todas as jornadas
Plebeia em todos os caminhos
Um ser que sente todas as nortadas
(Dolores Marques – 2012)
Foto no Rio Tejo - Zona Oriental de Lisboa.
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