terça-feira, 1 de outubro de 2013

O vento a soprar na pele das árvores


Para uma criança, com três anos de idade, as folhas macias, acabadas de nascer nas árvores, são a pele das árvores.
Dizia-me o Tomás, meu neto mais novo com 3 anos de idade. Era um fim de tarde em que o vento se fazia sentir. 
-Avó porque as árvores abanam tanto? Estava vento naquele dia e até ameaçava chuva.
Respondi-lhe que era o vento. E que ele sabia disso também. Já mo tinha dito, um dia em que da janela, ele via as árvores a abanar. Cedo entendi o que me queria dizer de novo. Uma nova descoberta, que também eu, precisava saber. Voltou-se então para mim dizendo:
- Avó, sabes que as árvores têm muitas cores? Respondi-lhe que sim, mas fazendo-lhe outra pergunta:
- E tu Tomás, sabes porque as árvores estão agora com muitas cores? 
Ficou em silêncio durante uns segundos, até que eu lhe disse que a primavera tinha chegado. Responde ele:
- Pois avó, é a primavera! E as árvores são verdes, cor-de-rosa, vermelhas, amarelas, azuis... Tás a ver Avó?
Volta a insistir no início desta conversa, sobre o movimento que o vento criava nas árvores. 
- Avó, sabes que o vento está a soprar muito na pele das árvores? Eu olhei-o bastante curiosa perguntando-lhe como era a pele das árvores. 
- Avó, a pele das árvores são as folhas. Tás a ver as folhas daquela árvore? São verdes.
De seguida coloca a mão de fora da janela do carro e diz-me:
- Avó, o vento também está a soprar na minha pele. Vês? Ta a soprar!

E assim foi a viagem de regresso a casa, no final de mais um dia em que fui buscar o meu neto Tomás ao Colégio


Dolores Marques / Tomás Severino 


Sem comentários: