quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Paredes Nuas


Nestas paredes frias
Encosto-me aos murmúrios do tempo
Os meus olhos fecham-se na penumbra da noite
Não os vejo debruçar-se sobre a minha janela

Deste quarto soltam-se os vultos
Que tomam conta de mim
Agora que me escondo neste quarto escuro

Alguém que me quer nua
Mas a minha nudez é una
O meu corpo dança neste silêncio mórbido

A morte chega de mansinho enquanto durmo
É aí que me desligo deste complexo
Desta rua deserta, deste frio
Que se esconde pelas quatro paredes frias
Do meu quarto

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