segunda-feira, 4 de abril de 2011

Buracos negros



- Se os meus dedos conseguissem respirar, dir-te-iam de uma forma entre muitas, de não se confundirem com as letras sobrepostas deste teclado... Viveriam assim, entre um e outro movimento, e saberiam onde encontrar a verdadeira forma de se cruzarem na atmosfera onde respiram já todas as palavras que faltam escrever. Quero que se sintam livres para poderem voar, humanizando todos os buracos negros. È lá onde descanso os olhos e alimento as feras que neles habitam.

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- Há movimentos que se parecem com sombras a furar todos os pontos de encontro onde os nossos olhos se escondem, contudo, se me quiseres escrever, eu leio-te através das formas existentes nas meninas do meus olhos. Sabes como saber, se há momentos em que a leitura é única para se perceber onde se escondem todas as letras que formam buracos negros em todas as palavras mórbidas?

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- Nada sei de buracos negros! No espaço comunicam através de uma magnitude corrente de altos e baixos e parecem-se com a neutralidade que sustenta todas as formas. Será que os nossos olhos são uma forma de sustentar buracos, sem sabermos onde encontrar a verdade de um olhar presente, a caminhar num espaço aberto a novas correntes imaginárias, que só um buraco negro sustenta?

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- Deixa de fomentar verdades enigmáticas e esconde-te num buraco negro qualquer, a tentar decifrar a verdadeira crueza da vida que se faz presente. Será aí que encontrarás formas e normas, em todos os movimentos que sustentam a única palavra que te faz viver. VIDA e tão só VIDA animal, caracterizando uma forma de viver única em todos os pontos onde a verdade é feita de espaços entre palavras e pontos entre letras. Cair em desuso por falta de dedos e buracos negros, é o mesmo que consentir numa dor alheia e não saber da magnitude de um mesmo dejecto a rolar sobre a terra molhada, desorganizado no espaço por falta de correntes espessas a sustentar-lhe as formas interiores de um mesmo buraco negro.

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