quarta-feira, 12 de maio de 2010

Genuínos voos campestres




As asas da borboleta oscilavam livremente
resgatando do ar um resto de brisa.
Retinham do autêntico movimento do vento,
ternos afagos, apesar das gotas de orvalho
cristalizadas nas suas asas.
O remoinho no ar, provocado pelo seu voo
afastava o último vento da noite.
Um vento que não era nem vento,
somente um elemento desnorteado
no seu ainda rubro “vampirismo”.
- uma fraude a rasgar caminhos
por entre os genuínos voos campestres.
A borboleta cansada,
mas, ainda assim, insistia num voo livre,
longe dos déspotas malfeitores,
do ar, que, a custo, ainda se respirava.
Poema de Dolores arques (obix) 2017


1 comentário:

A.S. disse...

Ler-te é um doce fascinio!...

Abraços