terça-feira, 26 de julho de 2022

Amo-te



Quando não me causar estranheza, 
o toque dos teus lábios, nos meus, 
saberei que me amas 
sem precisares  dizer
 – AMO-TE.

Saberei que somos, talvez o Amor 
a quebrar a barreira do tempo, 
em que só falávamos e não o sentíamos 
a aquietar-nos, quando nos desejávamos
por dentro, um no outro

Marta do Vale, pseudónimo de DM

Convicções




Um mundo inteiro de convicções presas na garganta, quando por morte de um sentir que nunca lhes saltou fora da boca.
Ainda que a língua oscilasse fora e dentro, às vésperas de uma noite mal dormida.
Ainda que desmentidos os corpos.
Ainda que arrepiados todos os cabelos que lhes desmentiam os olhos. 
Ainda que tudo fosse um cenário aleatório nas mãos dela. Ainda assim, nunca contraditório.
Ainda que o mundo inteiro se concluísse nas partes mais grosseiras e másculas.
Ainda que só um mundo de convicções… era um mundo inteiramente alheio à saia dela, a subir por ele acima.   

E todos os medos se amantizavam numa cena animal e grotesca, por conta de um certo mundo de convicções, nas partes mais densas, e a cair por ele abaixo.
Másculos eram agora ele e ela, convictos do seu mundo inteirinho de convicções presas na garganta. 

Dakini