Ônix
- Objetivando a distância que vai de um olhar ao outro, sem ter que se perturbar pelo brilho que daí emana, tem sempre na mira um olhar novo, pronto para assaltar qualquer rosto em prol de um momento, ou vários momentos que lhe digam como anda o seu olhar.
Dakini
- Triste, tão triste é a sombra onde deita os seus sonhos, que nem sempre vê, que parte dela é um todo remanescente da sombra de outro olhar triste que em si se estende. Furou-se-lhe a lente, deturpou-se-lhe a mente esse fogo que o consome.
Epifania
- Arde em mim desde que me perdi num labirinto, quase a extinguir-se nos meus olhos. Terei na mira uma soma de partículas de uma lente tosca, baralhada por um foco incendiário a tremer-lhe nas mãos cálidas sobre o branco dos lençóis.
Ainafipe
- Se fossemos mais próximas, para lhe contar de mim, de todos os segredos que sendo meus me ultrapassam, me levam para um dormitório comum, onde as almas vagueiam e comunicam por códigos...Códigos que emitem sons saídos de dentro de mim.
Ónix
- Se eu pudesse ter alguém que me amasse, me tocasse e me sentisse, talvez conseguisse que esses sons me libertassem por mim. Só por mim, para deixar de viver esta angústia que por não o ser, é-o sempre que me preparo para amar alguém como se fosse a última de todas coisas terrenas.
Dakini
- É como se os sons de alguma forma os tocassem...e lhes dissessem, coisas…muitas coisas. As lágrimas não caem, os olhos ardem, o nariz funga, e as ideias permanecem submersas, quase a saltar pelas narinas, ao encontro de um momento que me diga onde encontrar à transparência, todos os olhares que se fecharam e se misturaram nas sombras inquietas que em mim fazem ninho, para cairem e rodopiarem à volta dos seus clarividentes e esmiuçados olhares.
Epifania
- Tenho um frio estranho no braço direito.... e na mão direita também. É a mão que tenho mais à mão, por não querer saber de amores nem de sentires.
Ainafipe
- E eu...Quero dormir somente.